De uns tempos para cá, tenho notado alguns aspectos que fazem saltar os meus olhos quando passo a entender mais, descobrir e até enxergar melhor sobre. Acontece que, de certo modo, penso ser interessante comentar e compartilhar algumas poucas coisas por aqui sobre variados assuntos. Os tais aspectos saltam os meus olhos pois, em boa parte das vezes, levando em consideração a cultura do século e os desagravos que nos deparamos ao vê-las, vou me conscientizando de que nasci em meio a décadas cada vez mais retrógradas no quesito busca pela felicidade.
Bem, lembro-me muito claramente do dia em que ainda estava no colegial, em meio a uma aula de sociologia, com colegas de classe dos tipos mais variados, por sinal. Naquele dia, descobri o que era hedonismo e os outros tantos “ismos” por aí afora.
Sem contar que, ao longo dos tempos, passei a desenvolver uma afeição pelos caminhos da História, e amava descobrir sobre a evolução cultural nas sociedades e as mudanças de cada século, mas não fazia a menor ideia de como eles me fariam chegar até onde estamos.
Sim, a verdade é que cada vez mais me deparo com o questionamento “até onde o homem é capaz de ir para encontrar felicidade?”, e sinto que gosto de pensar mais sobre estas coisas. O homem que exagera na busca de satisfações, de prazeres, de diversões e alegrias. O homem que materializa tudo, quer tornar tudo palpável, ao seu alcance, que sonha alto e idealiza desejos de sucesso, vitórias, conquistas e prazeres a todo custo, que busca somente encontrar satisfações e alegrias em tudo o que faz e vive. Talvez até o encontre, mas não de forma corajosa e aventurada de verdade... No fim das contas, o homem que entendeu mais que nunca que é bom se pertencer.
E você, caro leitor, pode um dia imaginar que os tais exercícios estão distantes da sua realidade. Bem, na verdade, encontram-se muito próximos... Tudo isto porque nós ainda somos muito apaixonados por nós mesmos e pela imagem que criamos e reproduzimos de quem somos.
Veja bem, é como que estivéssemos num desejo desenfreado de possuir, de encher-nos, de preencher-nos, na verdade. Mas, a grande verdade mesmo, é que talvez estejamos mais vazios do que nunca. Para tanto, é preciso que estejamos dispostos a viver a sobriedade daqueles que entendem a vida de forma simples e tranquila, pois ela não é condicionada ao plano terrestre e nem tampouco às falsas alegrias que nos são tão atrativas na mídia, no comércio, no consumismo de cada dia. No cristianismo não é assim... A vida simples e descansada de verdade é outra muito diferente!
Precisamos, como nunca, atentarmos para a consciência de cristãos. Sim, se o somos, sustentemos a decisão com clareza, coerência e adesão total! Devemos manter expressa a alegria de sabermos que o que nos motiva e impulsiona é um motor muito diferente do que o mundo um dia nos apresentou, e por sinal, não é encontrado à venda.
É o motor do abandono nas mãos de Deus, da certeza de que a vida com Ele tem muito mais sentido, felicidade, alegria em pertencer. Pertencemos a Alguém e devemos nos configurar a Ele! Os tesouros da vida com Deus são, com certeza, muito mais cheios de riqueza do que os prazeres excelsos deste mundo.
Peçamos ao Senhor que molde o nosso coração e nos arranque das tantas cegueiras que nos impedem de vê-Lo com clareza. Que nos tornemos atentos o suficiente para reconhecermos o que hoje nos traz paz e o que nos tem tirado da tranquilidade de estarmos envolvidos nas Suas certezas. Que o Senhor restaure em nós o profundo desejo de segui-Lo numa entrega compromissada, consciente, livre e encorajada.
Que o Senhor nos una em Suas aventuras de amor e que estejamos dispostos a vivê-las de verdade, conscientes de que elas não são nada parecidas com os prazeres insuficientes do mundo. Supliquemos que o Senhor transforme Sua também a nossa mentalidade, e que a busca cotidiana seja sempre estarmos unidos e nos tornamos cúmplices de Seu amor grandiosíssimo!
O hedonismo marca o desejo do homem de se preencher com suas próprias forças e perspectivas de felicidade. O homem em Deus, no entanto, é marcado pela vida feliz no Outro e com Ele, nossa força, alegria, esperança, riqueza e sumo bem! Meditemos e mergulhemos sobre o mistério docílimo da solenidade da Santíssima Trindade: mergulho despojado na união e na unidade com o amor de Deus e na descoberta da felicidade encontrada.
Que o nosso desejo pessoal seja marcado pelos sonhos com a Eternidade, prelúdio de esperança e porta tão aberta para os tesouros plenamente acertados: a união perfeita com Ele.
Por Tatiane Medeiros
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