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Um coração abrasado pela esperança



Hoje o nosso post traz uma mensagem diferente aos nossos corações. Você, caro leitor, já parou para contemplar mais um pouco sobre a dimensão da esperança? Como o Senhor tem nos ensinado durante este tempo a nos mantermos mais firmes, a assumirmos uma postura daqueles que se abandonam em Suas mãos, se despojam, se lançam, e como adesão total, a também adotarmos a liberdade daqueles que dependem de Deus. Um trocadilho? Talvez. Liberdade é depender? Sim! Bendita e frutuosa liberdade que nos deixa sentir mais próximo a nós a certeza da liberdade em Deus, assim como da Eternidade.


Pensando nisso, resolvi separar uma homilia do Papa Francisco, no último dia 08, que me chamou bastante atenção. De modo tão especial, o Papa comentou sobre a passagem que encontramos em Jo 14, 1-6. Confiram quanta beleza:


“Este diálogo de Jesus com os discípulos tem lugar à mesa, na hora da ceia. Jesus está triste, todos estão tristes: Jesus disse que seria traído por um deles e todos sentem que algo de mau aconteceria. Jesus começa a consolar os seus, pois uma das funções, das “atividades” do Senhor, é consolar. O Senhor consola os seus discípulos e aqui vemos qual é a sua maneira de consolar. Há muitas formas de consolar, desde as mais autênticas, das mais próximas, até às mais formais, como aqueles telegramas de condolências: ‘Profundamente triste por...’. Não consola ninguém, é uma farsa, é a consolação da formalidade. Mas como consola o Senhor? É importante saber isto, porque também nós, quando na nossa vida temos de passar por momentos de tristeza, aprendemos a sentir qual é a verdadeira consolação do Senhor.


E neste trecho do Evangelho vemos que o Senhor consola sempre na proximidade, com a verdade e na esperança. São as três caraterísticas da consolação do Senhor. Na proximidade, nunca distante: estou aqui. Que bonita expressão: ‘Estou aqui’. ‘Estou aqui convosco’. E muitas vezes em silêncio. Mas sabemos que Ele está presente. Ele está sempre presente. A proximidade, que é o estilo de Deus, também na Encarnação, significa que está próximo de nós. O Senhor consola na proximidade. E não usa palavras vazias, aliás, prefere o silêncio. A força da proximidade, da presença. Ele fala pouco. Mas está próximo.


Uma segunda caraterística da proximidade de Jesus, da sua maneira de consolar, é a verdade: Jesus é verdadeiro. Não profere palavras formais, que são mentiras: ‘Não, não te preocupes, tudo passará, nada acontecerá, passará, as coisas passam...’. Não! Ele diz a verdade. Não esconde a verdade. Porque neste trecho Ele mesmo diz: ‘Eu sou a verdade!’. E a verdade é: ‘Vou-me embora’, ou seja: ‘Morrerei’. Estamos perante a morte. É a verdade. E Ele diz isto de forma simples e também com mansidão, sem ferir: estamos diante da morte. Ele não esconde a verdade.


E eis a terceira caraterística: Jesus consola na esperança. Sim, é um momento difícil. Mas 'não se perturbe o vosso coração; (...) crede também em mim' (v. 1). Assim diz Jesus: 'Na casa de meu Pai há muitas moradas; (...) Vou preparar-vos um lugar' (v. 2). Ele será o primeiro a abrir as portas; as portas daquele lugar por onde todos nós passaremos, assim espero: 'Voltarei e levar-vos-ei comigo, para que onde Eu estiver estejais também vós' (v. 3). O Senhor volta sempre que um de nós está a caminho para partir deste mundo. ‘Virei e levar-vos-ei’: a esperança. Ele virá, pegar-nos-á pela mão e levar-nos-á. Ele não diz: ‘Não, não sofrerás, não é nada...’. Não! Diz a verdade: ‘Estou próximo de vós, esta é a verdade: é um mau momento, de perigo, de morte. Não se perturbe o vosso coração, permanecei na paz, naquela paz que é a base de toda a consolação, pois virei e vos levarei pela mão para onde Eu estiver’.


Não é fácil deixar-se consolar pelo Senhor. Muitas vezes, nos maus momentos, ficamos zangados com o Senhor e não permitimos que Ele nos fale assim, com esta doçura, com esta proximidade, com esta mansidão, com esta verdade, com esta esperança.


Peçamos a graça de aprender a deixar-nos consolar pelo Senhor. A consolação do Senhor é verdadeira, não engana. Não se trata de anestesia, não. Mas ela está próxima, é verdadeira e abre-nos as portas da esperança”.


Quanta beleza contida em parágrafos tão cheios de graça e confiança. A íntegra da homilia já nos diz tanto! Mergulhemos, dia após dia, na doação total e na disposição de coração, e estejamos unidos à Virgem da Esperança sempre. Deus está conosco!

Por Tatiane Medeiros

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